A maneira como humanos e inteligências artificiais consomem conteúdo é mais parecida do que parece. Ambos escaneiam o texto, dão atenção ao começo e ao fim, e ignoram o meio quando ele exige esforço demais. Essa semelhança não é coincidência, é resultado de um paralelo entre como nossos cérebros funcionam e como os modelos de linguagem foram criados para funcionar.
- Humanos e IA escaneiam o texto em vez de ler palavra por palavra.
- Conteúdos bem estruturados funcionam melhor para os dois.
- Reduzir o esforço de leitura aumenta o engajamento.
Modelos de IA como o ChatGPT usam mecanismos de atenção muito parecidos com os do cérebro humano. Essa arquitetura, chamada transformer, foi inspirada em pesquisas sobre cognição feitas desde os anos 70. O objetivo é ensinar as máquinas a processar informações do mesmo jeito que a gente.
Tanto humanos quanto máquinas escaneiam o conteúdo buscando o que é mais relevante. Dão mais atenção ao início e ao fim de um texto. E ignoram partes longas ou confusas no meio. A atenção tem forma de “U”, forte nas pontas e fraca no centro.
Essa forma de atenção não é só parecida, ela é praticamente idêntica, do ponto de vista matemático. O jeito como os transformers “prestam atenção” no texto replica a mesma lógica dos nossos cérebros. Segundo pesquisas recentes, o padrão de atenção dos transformers e o funcionamento do hipocampo têm equivalência matemática. Isso mostra que os limites da nossa atenção não só inspiraram, como literalmente foram usados para projetar esses modelos.
O mesmo formato que melhora a experiência humana também melhora a performance nos motores de IA. Isso inclui abrir o texto com as informações mais importantes, usar subtítulos claros, listas e blocos bem definidos para guiar a leitura.
Também vale pensar em múltiplos pontos de entrada. Nem todo mundo começa pelo início. Às vezes, o leitor (ou a IA) vai direto para os bullet points, para um subtítulo específico ou para o fim. Por isso, distribuir valor ao longo do texto é essencial.
Outra dica é reduzir a carga cognitiva. Frases curtas, linguagem simples e estrutura escaneável ajudam a manter o foco e facilitam o entendimento.
Escrever bem para pessoas e para IA envolve os mesmos princípios: clareza, objetividade e estrutura visual. Criar conteúdo que respeita esses pontos aumenta a chance de ser lido, interpretado e bem ranqueado.
Para se aprofundar no assunto, acesse a matéria “Human Friendly Content is AI Friendly Content”, da Dejan.
