A jornada do cliente virou um mosaico. Ele pesquisa em vários canais ao mesmo tempo, avança e recua sem uma ordem definida. Nesse cenário caótico, os sinais ganharam importância, passaram a revelar padrões e mostrar onde agir.
- A jornada deixou de ser linear e previsível
- O cliente mistura canais e fontes de informação
- Sinais revelam padrões no meio do caos
- Cada sinal mostra um aspecto do comportamento real
- O futuro é interpretar sinais, não controlar etapas
O funil de marketing partia da ideia de que as pessoas seguiam etapas em ordem até a decisão final. Mas isso não reflete mais a realidade. Hoje, consumidores transitam entre diferentes canais de forma simultânea, misturando pesquisa, comparação e recomendações.
Esse movimento não é desorganização, é o comportamento humano. Muitas vezes, diante de escolhas complexas, as pessoas espalham a pesquisa em várias fontes para reduzir a carga mental. Nesse cenário, o mais importante não é controlar, mas interpretar.
É aqui que entram os sinais. Eles transformam interações dispersas em informações que ajudam marcas a entender desejos, barreiras e percepções. Em vez de olhar para o funil, faz mais sentido aprender a decodificar esses sinais.
O primeiro são os sinais de busca, que revelam intenções antes mesmo do contato com a marca. Eles não estão apenas nas buscas clássicas no Google, mas também em comandos de voz para Alexa ou Siri, em perguntas feitas ao ChatGPT e até em hashtags usadas no TikTok. Quando alguém pesquisa “qual o melhor celular para fotos noturnas” ou pede para a IA “indicar restaurantes veganos perto de mim”, já existe uma demanda clara, mesmo que nenhuma marca tenha sido citada.
O segundo são os sinais de tráfego, que mostram como as pessoas realmente se movem online. O caminho raramente é direto. Um usuário pode descobrir uma marca em um vídeo no YouTube, ler um review no Reddit, clicar em um link no Twitter e só depois visitar o site oficial. Muitas vezes, um comentário em fórum ou uma indicação em comunidade gera mais visitas qualificadas do que campanhas de mídia paga. Entender esses fluxos é perceber que a descoberta não acontece apenas nos canais que a marca controla.
O terceiro são os sinais de comportamento, que traduzem ações concretas e falam mais alto do que opiniões declaradas em pesquisas. Abandonar um carrinho pode sinalizar preço alto ou atrito no checkout. Passar vários minutos em uma página de comparação indica dúvida real. Voltar rapidamente a um buscador após visitar um site mostra que a resposta não foi satisfatória. Esses microgestos revelam barreiras e, quando analisados em conjunto, apontam para ajustes essenciais na experiência.
O quarto são os sinais sociais, presentes em conversas que acontecem fora do alcance das marcas. Uma discussão em grupo de WhatsApp, um comentário no LinkedIn ou uma avaliação detalhada no Discord revelam percepções honestas, sem filtros de pesquisa. Nesses espaços, as pessoas compartilham frustrações, recomendações e até novas formas de uso de produtos. Para as marcas, captar esses sinais é como ouvir uma pesquisa de mercado em tempo real, só que com linguagem e emoções mais autênticas.
O quinto são os sinais de marca, que medem como a reputação se forma e se transforma no mercado. Eles aparecem tanto no volume de buscas pelo nome da empresa quanto na forma como as inteligências artificiais descrevem a marca. Se uma IA resume um concorrente como “inovador” e a sua marca como “tradicional”, isso já é um sinal que pode influenciar a preferência futura. Além disso, mudanças rápidas no tom das menções online mostram a velocidade com que a percepção pode se espalhar e consolidar.
Com esses cinco sinais, as marcas conseguem transformar um cenário fragmentado em uma leitura clara do comportamento do cliente. O futuro do marketing deixa de ser sobre controlar etapas e passa a ser sobre interpretar padrões e manter presença consistente em todos os pontos de contato.
Para saber mais, confira a notícia no Search Engine Land: “The end of the marketing funnel: Why signals are your new opportunity”.