O marketing está perdendo seu poder de mensuração. As métricas que guiavam decisões já não são mais tão claras e não explicam tão bem o que realmente influencia os resultados. Conhecer estratégias de marca adaptadas a essas mudanças é essencial para continuar relevante e lembrado pelos sistemas que agora moldam o consumo.
- Métricas de visibilidade não explicam mais os resultados.
- Surgiu uma disputa para ser incluído no aprendizado dos sistemas de IA.
- Marcas precisam construir uma presença sólida, coerente e distribuída.
Quem analisa esse novo cenário é Jono Alderson, especialista em SEO e tecnologia, em um artigo publicado no Search Engine Land. A visão dele aponta que os sistemas que intermediam a experiência digital, como assistentes de IA, modelos de linguagem e ferramentas de resumo automático, estão mudando a lógica da influência.
O marketing sempre foi construído sobre um certo grau de previsibilidade. Criava-se uma campanha, observavam-se os resultados, otimizava-se com base nos dados. Esse ciclo garantia controle e aprendizado. Mas hoje, mesmo quando há conversões, não há clareza sobre o que motivou a decisão. Seja por bloqueadores de anúncios, políticas de privacidade ou ainda pelos sistemas que entregam respostas e recomendações, funcionando em silêncio. Sem cliques, sem jornadas visíveis e sem métricas confiáveis.
Esses sistemas não respondem ao que é mais chamativo, mas ao que é mais consistente. Eles coletam, interpretam e resumem sinais que encontram em toda a web. Isso transforma a disputa por cliques em uma disputa por inferência. A marca não precisa apenas ser encontrada. Ela precisa ser considerada e, para isso, precisa ser lembrada.
Nesse contexto, construir relevância exige uma presença distribuída, clara e repetida. Não se trata mais de performance isolada, mas de coerência em escala. Documentações, transcrições, fóruns, reviews e dados estruturados se tornam peças fundamentais. São essas fontes que alimentam os modelos e formam a base de suas decisões.
E quando tudo pode ser resumido, omitido ou reinterpretado por uma IA, pequenos ruídos se tornam ameaças. Um review negativo antigo, uma citação mal estruturada ou uma inconsistência no discurso podem ser suficientes para a marca sair do radar. O risco não está em ser criticado, está em não ser lembrado.
Por isso, reputação se torna infraestrutura. Precisa ser construída com camadas de reforço, com diversas fontes dizendo a mesma coisa, com clareza e redundância. Também é preciso manter uma vigilância constante. Auditar como a marca é percebida, ajustar sinais frágeis, corrigir distorções antes que se espalhem. É menos uma campanha, mais um sistema vivo.
O marketing está deixando de ser uma disputa de atenção para se tornar uma disputa de presença. E quem não for percebido como parte natural da resposta pode simplesmente desaparecer, não por falha de qualidade, mas por falta de estrutura.
Para saber mais, acesse o artigo “The new marketing war isn’t for clicks – it’s for memory”, do Search Engine Land.