Criar conteúdo de qualidade é um desafio constante. Em um cenário que exige agilidade e inovação, a inteligência artificial trouxe muitos avanços. Mesmo assim, muitos profissionais se perguntam se criar conteúdo com inteligência artificial é uma boa ideia e até onde é possível confiar na IA para essa função.
Neste post, vamos abordar se vale a pena usar IAs no processo de criação de conteúdo. Ainda, veremos quais os cuidados necessários ao adotar essa tecnologia e quais riscos as empresas correm. Vamos desvendar os prós, contras e práticas recomendadas para que você possa aproveitar ao máximo o potencial da inteligência artificial.
O que é conteúdo gerado por IA?
Conteúdo gerado por IA é aquele produzido por algoritmos de inteligência artificial, que utilizam modelos de linguagem e processamento de dados para criar textos, imagens, vídeos e outros tipos de mídia de forma automatizada.
As IAs, como o GPT-4, são treinadas com grandes volumes de dados e podem gerar conteúdos com base em comandos ou instruções específicas fornecidas pelo usuário.
Atualmente, as empresas estão utilizando a IA para produzir desde artigos de blog e postagens em redes sociais até descrições de produtos e respostas para chatbots. Essas empresas buscam rapidez e eficiência na produção, pensando em escalar suas estratégias de conteúdo sem aumentar significativamente os custos operacionais.
No entanto, é importante entender que o conteúdo gerado por IA pode carecer de habilidades humanas, como criatividade, empatia e uma voz única, essenciais para engajar o público. Além disso, a IA ainda enfrenta desafios, como a geração de informações imprecisas ou tendenciosas, principalmente quando os dados de treinamento não são devidamente filtrados ou atualizados.
Assim, muitas vezes, o uso de IA é melhor aproveitado quando acontece em processos específicos, sempre combinado com a supervisão de um redator humano. Isso garante que o conteúdo seja relevante, coerente e alinhado com a identidade da marca.
Como a IA gera conteúdo?
A IA gera conteúdo utilizando modelos de linguagem treinados com grandes volumes de dados, como textos da internet, livros e artigos. Esses modelos aprendem padrões de escrita, gramática e até nuances de estilo, permitindo que criem textos coerentes com base em instruções específicas fornecidas pelo usuário.
Quando você insere um comando, como um título ou uma frase inicial, a IA usa esse ponto de partida para prever e gerar o restante do texto. Ela faz isso ao analisar quais palavras ou frases têm maior probabilidade de seguir a sequência inicial, criando um fluxo natural de ideias.
As IAs utilizam algoritmos de aprendizado profundo, redes neurais complexas inspiradas no cérebro humano. Estas redes processam e analisam os dados, permitindo que a inteligência artificial gere respostas e textos de forma autônoma. Contudo, essas redes não conferem entendimento real ou consciência.
Apesar do nome, a IA não possui inteligência, de fato. Mesmo modelos mais avançados em termos de aprendizado ainda podem gerar informações imprecisas ou descontextualizadas, de modo a demandar a revisão humana. Somente com a criatividade e a análise crítica dos humanos, é possível extrair seu máximo desempenho.
Vale a pena usar IA para criar conteúdo?
Apesar de automatizar tarefas repetitivas e baseadas em dados, agilizar processos e liberar tempo dos redatores para atividades mais estratégicas, a IA carece de compreensão real e consciência, o que a impede de distinguir entre fato e ficção ou captar nuances culturais e contextuais.
Ainda, ela pode trazer informações desatualizadas, cometer erros e negligenciar a criatividade e a capacidade de criar uma conexão emocional com o público. Por gerar textos baseados em padrões aprendidos de vastos volumes de dados, o conteúdo final da IA, embora novo, não é original.
Assim, ela deve ser vista como uma ferramenta complementar, um suporte que acelera os processos repetitivos. Mas a visão e curadoria humana são insubstituíveis.
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Quais cuidados tomar ao criar conteúdo com IA?
Embora as ferramentas de IA ofereçam muitos benefícios, elas também apresentam desafios como risco de plágio, falta de identidade e erros no conteúdo gerado. Marcas que a usam precisam estar cientes desses riscos para evitar manchar sua reputação e a perda de confiança dos consumidores, a fim de manter a integridade de seu conteúdo.
Alucinações e informações falsas
A IA, apesar de parecer inteligente, não tem compreensão real do mundo. Ela gera textos que parecem verdadeiros, mas que contêm erros factuais.
As “alucinações” são quando a IA gera respostas ou informações que não têm base na realidade. Isso ocorre porque ela gera texto com base em padrões aprendidos, sem a capacidade de verificar a veracidade dos dados.
Ela também pode misturar fatos com dados inventados. Sem a revisão humana, esses textos podem enganar os leitores. As marcas devem ter processos rigorosos de verificação para garantir a precisão das informações publicadas.
Dessa forma, a revisão humana é definitivamente indispensável para identificar e corrigir esses erros. Os revisores devem checar fatos, confirmar fontes e ajustar qualquer informação imprecisa ou falsa gerada pela IA. Isso ajuda a manter a credibilidade da marca.
Além disso, como a IA pode não captar nuances culturais ou contextuais, pode resultar em conteúdo insensível ou inadequado. A intervenção humana é necessária para ajustar e adaptar o texto ao contexto cultural e social apropriado.
Risco de plágio
Um dos principais riscos ao usar IA para criar conteúdo é o plágio. Afinal, a IA não entende o conceito de propriedade intelectual. Como ela aprende com grandes volumes de dados disponíveis na internet, há chances de gerar textos que se assemelham muito aos já publicados. Isso pode resultar em problemas legais e danos à reputação da sua marca.
Mesmo que o conteúdo gerado não seja uma cópia direta, ele pode ser muito semelhante a textos existentes. Isso pode ser interpretado como plágio, especialmente se o texto original for de domínio público e facilmente reconhecível.
Um ponto que deve ser levado em consideração, especialmente em termos de SEO, é que o Google utiliza cada vez mais o princípio do EEAT, priorizando conteúdos que demonstrem expertise e confiabilidade.
Ele valoriza textos que mostram a vivência, a experiência e a autoridade do autor, um fator que a inteligência artificial não consegue replicar de forma autêntica.
Falta de identidade
Conteúdos gerados por IA tendem a ser genéricos e impessoais, o que pode comprometer a identidade da marca. Um tom de voz único e consistente é essencial para criar uma conexão genuína com o público, e a IA, por si só, não consegue capturar todos os aspectos envolvidos em uma comunicação humanizada.
Para tentar reduzir essa perda de identidade, é importante que redatores e revisores humanos tragam aos conteúdos a conexão emocional e autenticidade que as marcas buscam com seu público. Os textos gerados por IA precisam de ajustes humanos no tom de voz, uso de expressões específicas e adição de insights criativos.
Dessa forma, as empresas que decidirem usar a IA para produzir conteúdo precisam ter bem em mente que a personalização dos conteúdos só é possível com o trabalho de um bom redator ou revisor humano, que compreenda profundamente a mensagem que a marca deseja transmitir.
Exemplos reais de falhas da IA
Há diversos exemplos de falhas no uso de IA na criação de conteúdo. Esses casos destacam a importância da revisão humana e dos cuidados necessários ao utilizar essa tecnologia. Um exemplo notável é o caso dos erros em títulos de produtos da Amazon.
Em janeiro de 2024, diversos produtos do marketplace possuíam como título uma mensagem de erro da OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT. Na tentativa de gerar títulos de forma automática com inteligência artificial, houve falhas na automação, e o campo de título foi preenchido com uma mensagem de erro padrão.
Fonte: Ars Technica
Outro caso envolve a geração de respostas feitas pelo Gemini, do Google, que está realizando testes com sua inteligência artificial diretamente na página de resultados, mas algumas dessas respostas ligaram um sinal de alerta para a empresa.
Entre os exemplos, está a sugestão de incluir cola em uma pizza. Esses erros ressaltam que, embora a IA possa ser uma ferramenta poderosa em vários aspectos, seu uso inadequado pode ter consequências negativas.
Fonte: B2B News.
Textos produzidos por humanos continuam sendo melhores
Como vimos, a IA surgiu como uma grande revolução, que logo se popularizou entre as empresas como uma oportunidade de criar conteúdo em escala. Mas, na prática, não funciona dessa forma, já que os riscos envolvidos no uso de IA para este fim podem prejudicar as marcas.
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