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O que se sabe até agora sobre o novo Update do Google

Em maio de 2022 o Google avisou que começaria a fazer uma grande atualização em seu algoritmo de buscas, com duração de até 2 semanas.

Core Updates são atualizações no algoritmo principal das buscas do Google, que determina em qual ordem os sites aparecem nos resultados de busca quando um usuário faz uma busca.

Recentemente o Google fez um Update menor, chamado de Product Review Update, que trata especificamente de reviews falsos em sites de varejo, e-commerces e sites que publicam avaliações de clientes.

Aviso Importante: este artigo contém opinião do autor e interpretação pessoal sobre os acontecimentos e não reflete a realidade absoluta do Update do Google, buscando unicamente elucidar e explicar em parte o que o autor acredita ser o movimento que o Google está fazendo.

O Google May Update

Este update grande iniciado em maio é um update extenso, que gera impactos diferentes em diferentes mercados e países, porque o Google possui “ajustes” e “filtros” específicos para culturas e idiomas em cada país.

O Google faz mais de 1.000 mudanças por ano no algoritmo, e isso inclui ajustes em 219 países e regiões nos quais o Google está presente. Um Core Update é uma atualização global, que impacta resultados de forma global.

Há várias plataformas que monitoram a “volatilidade” dos resultados do Google (entre elas: SEMrush, SERP Metrics, Sistrix, Moz, Ahrefs, Advanced Web Ranking), comparando as posições de sites em resultados de busca. Quando essas posições oscilam muito para mais ou para menos, há sempre a suspeita de que o Google tenha feito alguma mudança em seu algoritmo. Neste caso específico o Google avisou a mudança antes, mas logicamente não avisa o que mudou.

Plataformas que monitoram a “volatilidade” das SERPs estão sempre trabalhando com uma amostragem dos dados do Google e não com a totalidade deles, de forma que qualquer apontamento feito pelas plataformas ou conclusões tiradas a partir desses monitoramentos estão sujeitas à distorção estatística e servem como direcionamento, não como regra.

Tipicamente dizemos no mercado de SEO que o Google usa mais de 200 “critérios” diferentes em seu algoritmo, explicação derivada de números e comunicados do próprio time de buscas do Google ao longo dos anos.

Obviamente o Google não esclarece quais são os critérios nem o peso deles para evitar que seja feita engenharia reversa em seu funcionamento e por consequência que haja manipulação dos resultados que ele gera.

Aliás, uma parte trabalhosa para os engenheiros do Google é ter de detectar o que é conteúdo real e o que é conteúdo criado unicamente com finalidade de manipulação dos resultados e também quais links são autênticos e quais são manipulados.

Veja a orientação que o próprio Google oferece aos proprietários de sites:

“Avisamos sobre as atualizações principais porque elas costumam ter efeitos mais evidentes. Alguns sites podem ter perdas ou ganhos durante a implementação dessas mudanças. Sabemos que os proprietários de sites com queda de desempenho vão buscar reverter esse resultado. Então queremos dar as informações necessárias para que eles façam as mudanças certas. Além do mais, talvez não haja qualquer problema para corrigir.

Não há nada de errado com algumas páginas que perdem um pouco do desempenho depois de uma atualização principal. Elas não violaram nossas diretrizes para webmasters nem foram submetidas a uma ação manual ou algorítmica, como pode acontecer com sites que não seguem essas regras. As atualizações principais não são voltadas a páginas ou sites específicos. Na verdade, essas mudanças servem para melhorar a maneira como nossos sistemas avaliam o conteúdo em geral. Elas podem até melhorar o desempenho de algumas páginas que não tinham resultados à altura.”

Vamos aos fatos, até agora

Agora que você já tem uma idéia de como o processo dos Updates funciona, vamos aos fatos até o momento.

Em vários grupos e fóruns há relatos desesperados de sites de afiliados que despencaram nos resultados no Google.

O Google nunca foi muito tolerante com sites e links de afiliados porque de forma geral estes sites apresentam reviews exagerados e elogiosos com a finalidade de persuadir o usuário a comprar e então gerar uma comissão para o site afiliado.

O próprio Product Review Update impactou sites afiliados, mas em menor medida.

Sites de cupons tiveram impactos diferentes, com alguns acelerando quedas que já vinham ocorrendo e alguns sites ganhando de 3% a 5% de visibilidade.

Sites de vídeo tiveram ganho substancial de visibilidade nos resultados do Google. São sites como Hulu, Twitch, Disney Plus, TikTok e Daily Motion. Isso se deve ao fato de que o vídeo se tornou um formato de consumo líder na preferência dos usuários e o algoritmo do Google é construído de forma a privilegiar a chamada intenção de busca do usuário.

Sites de e-commerce e guias de viagens ganharam visibilidade, mas cerca de 4x menos do que os sites de vídeo citados acima. Essa visibilidade foi ganha sobre sites de notícias e factóides genéricos, que tentam rankear para todo e qualquer assunto.

Sites que abusam de click baits e manchetes bizarras caíram significativamente. Estes são sites do tipo que publica coisas como “Você não vai acreditar na roupa que Johnny Depp usou no tribunal” e no final das contas era apenas um terno colorido. Esse tipo de site exibe publicidade abusiva, pop-ups e outros itens que o Google vem recomendando não usar ao longo dos anos e em geral não atendem claramente à intenção de busca.

Sites de dicionário, definições e vocabulário tiveram bastante impacto negativo. A minha interpretação é que isso ocorre justamente porque alguns destes sites manipulam os Títulos e Descrições com objetivo de atrair o clique do usuário e depois “escondem” o conteúdo entre anúncios, links de afiliados e links para geração de leads, gerando cliques de “voltar para a busca”, o que dá um forte indício de má experiência do usuário para o Google.

Sites de marcas ganharam visibilidade, principalmente lojas próprias (e-commerces próprios) e blogs de marca ganharam de 3% a 11% de visibilidade, com SERPs excluindo sites de cupons, avaliações dando lugar a perfis de redes sociais das marcas na SERP (Search Engine Results Page ou Página de Resultados de Busca).

Marketplaces verticais ganharam visibilidade entre 7% e 22%. Marketplaces de moda, de produtos automotivos, produtos para casa e decoração e segmento pet foram positivamente impactados, refletindo um foco maior do Google em sites confiáveis.

A reflexão geral que o mercado faz até o momento pode ser resumida numa frase: “especialistas no lugar de generalistas”.

Essa percepção é reforçada também pelo fato de que o Google acaba de anunciar boas práticas para uso da marcação de dados estruturados de Autor (Author Markup), conforme noticiado no Search Engine Roundtable pelo Barry Schwartz.

Ao reforçar práticas de marcação de autor, o Google reforça que está em busca de sinais de “Autoridade” de um conteúdo, artigo, post ou qualquer formato de conteúdo. Na era das Fake News e da Pós-Verdade, o Google tenta elucidar quem está por trás das informações que aparecem nas buscas.

Conclusões

Conforme o observado até o momento, fica relativamente claro que o Google está em busca de sinais de transparência e autoridade nos resultados de busca e está caçando sites que manipulam o conteúdo ou a experiência na página para ganhar dinheiro direta ou indiretamente com isso.

Para mim, nada muito diferente do que vem sendo anunciado e feito desde 2011 com as famigeradas atualizações Panda e Penguin, e todos os outros movimentos desde então.

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Rafael Rez
Fundador da agência de SEO & Conteúdo Web Estratégica e co-Fundador da Nova Escola de Marketing. Autor do livro de marketing: “Marketing de Conteúdo: A Moeda do Século XXI”, publicado no Brasil pela DVS Editora e em Portugal pela Editora Marcador. Possui MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2013.
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