Ferramentas como ChatGPT, Claude e Gemini estão mudando a forma como as pessoas descobrem marcas e conteúdos. Rand Fishkin, da SparkToro, trouxe uma análise de centenas de respostas geradas por IA e revelou um padrão claro: existem sinais específicos que aumentam as chances de uma marca ser citada nesses resultados.
- Menções recorrentes na web aumentam a probabilidade de aparecer em respostas de IA.
- YouTube e Reddit têm peso desproporcional na formação dessas respostas.
- Conteúdos recentes, ou que parecem recentes, são favorecidos pelos modelos.
- Manipular datas e repetir menções ainda influencia os resultados.
- Atualização constante e consistência de marca são as táticas mais seguras para conquistar visibilidade.
A investigação mostrou que os modelos de linguagem priorizam marcas com forte presença digital, independentemente da qualidade das fontes. Quanto mais uma marca é mencionada em sites, fóruns e redes sociais, maior a probabilidade de ser incluída nas respostas das IAs. Isso acontece porque os sistemas associam volume de menções à relevância, um comportamento similar ao do Google em seus primórdios, mas com filtros ainda mais frágeis.
Um dos pontos mais curiosos do estudo é o peso da recência. As IAs valorizam conteúdos atualizados e tendem a preferir páginas publicadas ou modificadas recentemente. Em alguns casos, a simples alteração da data de publicação, sem nenhuma mudança no texto, levou a citações mais frequentes em respostas geradas por IA. Isso mostra que os modelos associam “novo” com “relevante”, o que pode ser explorado de forma legítima com revisões periódicas e atualização de dados.
A pesquisa também revelou que as fontes com mais impacto sobre os LLMs não são necessariamente sites de autoridade, mas plataformas com alta atividade e engajamento, como YouTube e Reddit. Comentários, discussões e vídeos recentes nessas redes aparecem com frequência como referências, o que indica que as IAs consideram esses ambientes como espelhos do que está sendo discutido no momento. Para marcas, isso significa que participar de comunidades e incentivar conversas orgânicas pode gerar visibilidade indireta em respostas de IA.
Outro achado importante é o risco de manipulação. Existem exemplos de empresas que falsificaram datas de atualização ou espalharam citações idênticas em diferentes fóruns para aumentar artificialmente sua presença. Embora isso possa funcionar temporariamente, é uma prática arriscada e eticamente questionável. À medida que os modelos evoluírem, esse tipo de tática tende a ser penalizado, além de comprometer a reputação da marca. É basicamente o que aconteceu no passado com as técnicas de black hat no Google.
Do ponto de vista estratégico, o estudo reforça que aparecer em respostas de IA não depende apenas de SEO técnico, mas de presença distribuída e coerente. Marcas que mantêm consistência na forma como são descritas (nome, slogan, especialidade e propósito) aumentam as chances de reconhecimento por parte das IAs, que buscam padrões para consolidar respostas. Essa coerência, aliada à atualização constante, cria um ciclo de confiabilidade que os modelos tendem a repetir.
Monitorar onde e como sua marca é mencionada, incentivar referências naturais e revisar periodicamente seus conteúdos são ações que hoje influenciam tanto as buscas humanas quanto as respostas automatizadas.
Uma estratégia que pode trazer bons resultados é priorizar canais onde a discussão é pública e rastreável, como YouTube, LinkedIn e fóruns especializados, mantendo atualizações constantes e tom de voz coerente em todas as plataformas. Essa abordagem cria uma trilha de confiança que as inteligências artificiais podem reconhecer e replicar nas respostas.
Aparecer nas respostas de IA é resultado de uma combinação entre recência, frequência e coerência. Quem atualizar, participar e manter consistência de marca tende a ganhar espaço nesse novo tipo de visibilidade digital.
Para se aprofundar mais no assunto, acesse o artigo “We’ve Learned More About How to Appear in AI Answers”, publicado no site SparkToro.